Vacina: COVID-19. De olho no futuro: qual eram mesmo meus planos?

O planejamento do futuro, teria saído de moda? Quando realizar alguns sonhos de consumo caíram por terra? Aquela viagem dos sonhos ficou sem data? Meu emprego ainda tem sentido? Num momento de tantas incertezas, não conseguir ter sua resposta exata não precisa ser uma frustração. Já alguns dias se iniciou uma nova forma de organização mundial.

Tóquio: 20..?

Nem mesmo as Olimpíadas se salvaram desta indecisão. Aquela organização de calendário para tantos projetos agora não está sob o meu controle, nem mesmo o almoço de família. Assim fica decretado um feriado prolongado, sem previsão de volta para aqueles projetos temporais, tipo primeiro semestre ou terceiro bimestre, ou o que você usava para definir sua cronologia externa. Fica valendo o seu tempo de cuidar de si! Olha que conquista.

Baile Próprio

Parece irônico, mas estamos assim isolados com o que realmente temos, olhe a sua volta. Sim, por aí está a solidão que escolheu; o marido que já não ama ou voltou a amar; os filhos que desejou, mas agora gostaria que ficassem congelados, para poder relaxar um pouco. Afinal, ficar consigo próprio é exaustivo, principalmente para os principiantes. Não adianta apenas se queixar do que já não se tem disponível. O momento requer uma satisfação por se estar protegido, em sua casa, com comida e contas pagas. Aos que as contas já dão sinais de rebeldia e se atrevem a gritar, ou fazerem motim, persista em não ficar inadimplente consigo mesmo. Desistir, se abandonar no sofá, ou dar aquela acontecida digital, não vai afagar a realidade. Insista no que pode te tirar da cama, nem que seja o primeiro café do dia.

Uma Live para chamar de minha

O pijama da Ivete era de bolinha, o Gustavo Lima encheu a cara na Live dele (era dele, certo?), o Bolsonaro fez um discurso surrealista ou dadaísta? A história nos definirá. Não use sua máscara para se comparar ao que os outros estão fazendo, como quem está o mais CDF da quarentena ou o mais sem noção. Cada um suporta seu distanciamento social, dentro de suas próprias medidas, mas lógico que sem esculhambar com um projeto de sanidade do coletivo.

As notícias agora aqui pela Pátria amada devem ficar mais duras, o tal pico parece que começa a dar as caras, mas mantenhamos a coerência. Cada perda representa uma dor, uma história, no entanto precisamos manter os olhos lá no futuro. Sim, precisa se perceber os esforços que todos estamos fazendo, o que conquistei durante este período, nem que seja ter sido aprender a ligar uma máquina de lavar. Não minimize o seu esforço, mesmo que ele não tenha relevância nacional, o ajudou a superar algum impasse.

E daí? Desinstale o COVID que habita você.

O software mundial está passando por uma atualização. Não fique de forma rancorosa apegado ao passado, sem desmerecer os museus. Ouse ampliar sua sabedoria, sua generosidade, seu senso de coletivo. Anda depressa, que o coletivo já vem se preparando para sair, vai ali para praça Quimera esquina com o Devaneio; se perder por agora pode acabar na estação Pesadelo e ficar lá se torturando, pelo que perdeu. Acredite na Vacina!

Rio de Janeiro, 29 de abril de 2020.

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