Pertencer a um grupo é uma necessidade intrínseca a qualquer indivíduo. O ser humano nasceu para viver em sociedade e, portanto, necessita do outro para realizar tarefas individuais ou coletivas. Família, escola, igreja, trabalho: essas são algumas das principais associações que as pessoas fazem para socializar. Por isso, é de extrema importância que as corporações valorizem o capital humano e trabalhem para que os funcionários sintam-se como parte integrante da cultura organizacional da empresa.
Mas, qual a importância de semear o sentimento de pertencimento nos funcionários? Quando o colaborador tem orgulho e acredita no propósito da corporação, tornam-se mais entusiasmados para se envolverem com os resultados. Esse “narcisismo”, faz com que cada membro do grupo se identifique com o coletivo e, consequentemente, expanda o bem-estar dos indivíduos.
Instituições que não vêem a relevância de se estabelecer vínculos com os colaboradores podem ter grandes prejuízos. Isso acontece porque, quando um subordinado não se sente valorizado pelos seus superiores, passa a trabalhar desmotivado. Consequentemente, a produtividade diminui, as entregas abaixam e a qualidade dos serviços prestados idem. Sendo assim, o primeiro passo para construir uma equipe engajada é deixar claro quais são os valores e a cultura da organização.
Uma das teorias que ajudam a entender tal necessidade de pertencimento é a Teoria das Necessidades Humanas, ou Pirâmide de Maslow, proposta pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow. Segundo o estudioso, as necessidades de um indivíduo estariam elencadas em níveis, que variam de acordo com as prioridades de cada um. Desse modo, na base da pirâmide encontram-se as carências fisiológicas (sono, alimentação, água, abrigo), logo após vem as necessidades de segurança, sociais, de estima e, no topo, as realizações pessoais.
Com isso, nota-se que é fundamental que gestores e líderes compreendam as reais demandas dos funcionários, para que possam entender suas motivações, ou seja, os motivos que os fazem sair de casa todos os dias, ou mesmo, permanecerem trabalhando de forma remota engajados. Quer saber mais sobre o assunto e como construir um quadro de funcionários consistente? Continue a leitura.
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Mas afinal, o que é cultura organizacional?
A cultura organizacional é um elemento chave para uma estratégia de negócios, já que orienta o modo de agir de toda a equipe. Na verdade, se trata de um conjunto de valores, crenças e normas – que existem para que não aconteçam atritos entre os funcionários e empregadores. Sua importância se deve ao fato de que orienta a conduta dos trabalhadores, auxiliando para que o time tenha um pensamento coeso.
Isso significa que, de acordo com a cultura organizacional de cada corporação, os colaboradores se sentirão mais motivados a trabalhar, serão mais produtivos e terão um maior senso de colaboração. A cultura qualifica a empresa para decisões futuras e, quando bem estruturada, pode facilitar inúmeros processos em momentos de crise. Por exemplo, caso o gestor tenha que resolver um conflito entre dois funcionários, a cultura da empresa ajudará para que ele tome a decisão mais assertiva.
E é de extrema importância que todo o quadro de funcionários conheça e acredite na cultura empresarial. Afinal, não adianta nada os valores de determinada corporação serem lindos no papel, mas não funcionarem de fato. Por isso, é preciso que haja uma conformidade moral e ética, um alinhamento de crenças e hábitos do capital humano.
O gestor deve ter em mente que não adianta elaborar estratégias pensando apenas nos clientes, sem se importar com os seus subordinados. Para que uma empresa cresça cada vez mais, os trabalhadores precisam estar felizes, satisfeitos e cientes de que aquele ambiente é propício para que possam concretizar metas e desejos. Em outras palavras, um funcionário irá se esforçar muito mais se tiver certeza de que pode evoluir e atingir cargos maiores.
Cases de sucesso
Para se ter uma ideia da relevância de uma cultura organizacional consolidada, basta dirigir o olhar para as melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Todos os anos, o selo Great Place to Work (GPTW), realiza um ranking, após uma ampla seleção, quais empresas atuantes no mercado nacional entregam as melhores condições de trabalho para os seus funcionários.
O estudo também analisa fatores como faixa etária dos funcionários e grau de escolaridade. Uma informação interessante é que, dentre as empresas observadas, 61% permite que os colaboradores façam voluntariado durante o horário de trabalho. Além disso, 75% delas tem um setor específico de inclusão e diversidade.
Segundo os funcionários entrevistados, uma das características que tornam as empresas bons lugares para se trabalhar é a preocupação com as questões afirmativas. Veja a seguir alguns pontos levantados pelos trabalhadores:
- em 98% das empresas, as pessoas afirmam que são bem tratadas independentemente de sua cor ou etnia, orientação sexual, gênero e idade;
- em 96%, as pessoas afirmam que têm orgulho de contar para outros que trabalham nela;
- em 96%, as pessoas afirmaram que foram bem recebidas ao ingressar na empresa;
- em 96%, as pessoas afirmaram que era um lugar seguro para trabalhar;
- em 95%, as pessoas afirmam que os líderes são honestos e éticos na condução dos negócios
Magazine Luiza
A Magazine Luiza é uma das maiores empresas brasileiras e, em 2021, seu lucro líquido foi de R$ 590,7 milhões. Os alicercerces da cultura empresarial são, justamente, a valorização dos funcionários, o combate à discriminação e uma política que respeita a diversidade.
BMS Projetos & Consultoria
Dentro de um cenário complexo tributário brasileiro, a BMS se destaca por auxiliar empresas em recuperar tributos ou mesmo contribuições previdenciárias que foram feitas de uma forma inadvertida.Portanto, com uma missão de auxiliar empresas a otimizarem sua permanência no mercado de uma forma mais saudável. Com uma certificação de qualidade de trabalho mediante sua condução do trabalho de equipe e lideranças.
Itaú Unibanco
Além de estar extremamente preocupado com a experiência do cliente, tecnologia e inovação, o banco Itaú é um dos que mais investem no bem-estar dos funcionários. A empresa busca, em todas as suas ações, desenvolver o senso de pertencimento, sempre respeitando a individualidade de cada um.
Fazenda California
A fazenda California fica localizada no norte do estado do Paraná e tem múltiplos programas de certificação de responsabilidade sócio ambiental que alinham seu crescimento com sustentabilidade. Modelo interessante de negócio com a inserção do agronegócio brasileiro dentro de uma cadeia produtiva inclusiva e com creditação para sustentabilidade.
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Como foi possível perceber, essas quatro empresas possuem, em comum, a preocupação com o bem-estar e satisfação dos colaboradores. Com certeza não são locais perfeitos, como nenhum será, entretanto estão estabelecendo projetos internos que dialogam com as necessidades de humanidade tão urgentes para os tempos atuais.
Senso de pertencimento e saúde mental
Conforme vimos anteriormente, o orgulho de pertencimento e o bem-estar dos funcionários são pilares que caminham juntos. Desse modo, cabe destacar que, quando uma empresa tem uma cultura organizacional que valoriza os colaboradores, que oferece oportunidades de crescimento e que respeita o modo de vida de cada um, o ambiente de trabalho fica muito mais agradável.
Por isso, é importante que líderes e gestores conheçam seus subordinados, proporcionando um ambiente colaborativo e acolhedor. Nos dias atuais, é impossível pensar em uma empresa bem sucedida que não se preocupe com a saúde mental ou diversidade e inclusão. Tais políticas são vitais para o funcionamento de uma empresa de sucesso, que tenha como objetivo crescer cada vez mais.
Para tal, é preciso que os gestores sejam preocupados e engajados em construir os melhores ambientes de trabalho, algo vital para manter a satisfação dos colaboradores. Lembrando que a chefia serve como reflexo para o resto da equipe, então líderes que têm atitudes inadequadas e que demonstram descaso pelos seus funcionários acabam prejudicando a performance dos profissionais. No mais, a cultura organizacional evita demissões em massa, além de ser fundamental para atrair novos talentos.
Diversidade e inclusão nas empresas
Muito além das cotas ou, como muitos podem pensar, um “tema da moda”, diversidade e inclusão é uma pauta que não pode ser deixada de lado no mundo corporativo. Isso porque quando falamos sobre o assunto estamos nos referindo às pessoas, seus gostos, suas singularidades e experiências de vida.
Quando uma empresa possui um leque de pensamentos, opiniões e vivências, torna-se mais democrática e plural. Além disso, o funcionário deve se sentir aceito e acolhido, sem medo de sofrer retaliações ou discriminação por conta do genero, raça, etnia, orientação sexual e deficiências.
A diversidade nas corporações também as aproximam dos clientes, uma vez que a identificação com o público é maior. O conjunto de diferentes experiências de vida possibilita o gerenciamento de crises de forma mais ágil. Ademais, há mais criatividade, já que são várias mentes trabalhando para encontrar soluções inovadoras.
Líderes e gestores, ao darem espaço para a diversidade, automaticamente mudam a cultura organizacional. Com isso, o clima corporativo fica mais receptivo, e os funcionários sentem-se livres para dialogar, aprender, ensinar e trocar conhecimentos. O resultado: um círculo muito mais agradável e saudável para se trabalhar. Cabe salientar que todos os funcionários são importantes, não importando credo, raça, etnia, grau de escolaridade, gênero ou orientação sexual.
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No decorrer do texto, você percebeu que lideranças fortes e competentes são fundamentais para construir uma cultura organizacional consistente. É importante que gestores e líderes, para que o quadro de funcionários tenha uma qualidade de vida digna e consiga se desenvolver, tenham sensibilidade e maior clareza para as questões emocionais. Se este é um assunto do seu interesse, saiba como o Portal da Mente pode contribuir na sua jornada em saúde mental.