O limitado ciclo das rotinas hiperconectadas

São 7h da manhã, o despertador toca abaixo do travesseiro, mais um dia se inicia e o corpo começa a despertar vagarosamente. O primeiro impulso antes mesmo de acender as luzes ou fazer a higiene da manhã: abrir a tela do smartphone e acessar as redes, em busca de outros inícios e um adiamento da rotina diária que está para começar.

A noite foi longa e inquieta, já tem muito tempo que o sono não é mais o mesmo e a tela brilhante do celular segura a atenção até 3h ou 4h da manhã, quando finalmente vem o cansaço e de maneira desconfortável se aconchega, repousa, com a mente hiperconectada e ainda processando tantas informações.

Já tem alguns dias que a atividade física vem sendo adiada, o corpo parece não responder às suas obrigações, sempre exaurido, inventando desculpas, mantendo uma rotina sedentária com atividades restritas e limitadas apenas à mais telas e uma alimentação descontrolada.

Ao longo do dia são mais conteúdos consumidos aos montes, que poluem as telas e desestimulam qualquer acesso à vida real. Sem espaço para o bom dia, sem paciência para contatos sociais físicos. As ações agora são guiadas por algoritmos. Dentro das redes, a felicidade, a realização pessoal e profissional, as viagens impressionantes, os carros e casas que são altamente luxuosos e muitas pessoas com realidades diferentes, tornam o cotidiano comum, um mundo sem graça e desestimulante.

Como uma droga, sua mente precisa de mais e mais, uma fuga do que não te faz feliz, uma inspiração que causa mal estar e tristeza, frustração. O universo digital está cada vez mais presente na sua rotina e mesmo que tente não consegue se livrar desses hábitos nocivos. Mas como mudar essa realidade? Continue lendo o artigo para saber mais sobre o assunto.

Leia também: Saúde mental: saiba o que é e como tratá-la?

É possível viver desconectado?

Se desvencilhar das armadilhas e da atração que as redes detém sobre seus usuários, pode parecer uma verdadeira missão impossível, mas pode ser dosada de forma a garantir a qualidade de vida e ainda permitir um consumo controlado e saudável das redes. Em pequenas doses pontuais o consumo pode mudar completamente e a saúde mental se tornar sua nova prioridade.

Procure limitar seus acesso a poucas horas por dia e em outros períodos, busque por atividades mais prazerosas e desconectadas, curta suas relações sociais e reais e esteja presente em sua vida para aproveitar as oportunidades que aparecem. Não deixe de viver intensamente os momentos de prazer que essa nova rotina pode agregar em sua vida.

A internet tem um papel muito importante nas relações sociais, possibilitando a comunicação a distância, contribuindo para o conhecimento e a troca de experiências, mas não deixe que os conteúdos digitais interfiram na sua rotina e afetem seu bem estar.

rotinas hiperconectadas

Preciso sair desse ciclo vicioso!

Os limites são o passo mais importante, pois os excessos causam a dependência e inibem a possibilidade de qualquer outro cenário. Muitos profissionais indicam o consumo de 2 horas diárias, mas esse tempo pode variar de acordo com as necessidades reais e responsabilidades de cada um, como é o caso de profissionais que trabalham com a internet.

De qualquer forma, ocupar a mente com práticas estimulantes e prazerosas fora das telas é sempre uma excelente investida, como é o caso dos livros e atividade físicas e muitos outros hobbies que não estão diretamente relacionados ao consumo tecnológico. Além de favorecer relações reais ao invés de virtuais.

A mente prega peças e busca sempre por hábitos já familiares e/ou que são mais simples para o indivíduo, evitando a fadiga e rotinas consideradas cansativas. 

Um dos grandes desafios nesta pandemia, por exemplo, é a necessidade do home office, que intensificou o acesso às redes e desafiou os ditos produtivos, aumentando a pressão por organização e resultados mais rápidos, com poucos momentos de descanso ou com a queda intensa na produtividade.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Pew Research Center, 64% das pessoas entre 18 e 29 anos possuem um perfil no Instagram. Ou seja, são mais de 1 bilhão de usuários ativos por mês, consumindo e movimentando novos conteúdos, o que é interessante, afinal o Instagram foi eleita a rede social mais tóxica para a saúde mental de seus usuários.

Leia também: O feed do vizinho é sempre mais bonito: a inveja na era das redes sociais

O feed do Instagram

Essa hiperconectividade para os brasileiros ainda é amadora e prematura, levando em consideração outros países que estão dominando e explorando ainda mais suas possibilidades. Mas como vencer esse inimigo, sendo ele tão necessário?

Que tal determinar um tempo máximo para o acesso e buscar outras opções para preencher este espaço? Mesmo que aos poucos e conforme suas possibilidades, inserir práticas mais saudáveis a sua rotina inspira saúde para o corpo e a mente. Dessa forma, você controla seus acessos, estabelece objetivos reais e compromissos consigo mesmo.

Seja, antes de se colocar invadido por ter que parecer ser. Diferença sutil, mas com um abismo entre elas.

Conclusão

Saiba controlar seu acesso e aproveite o melhor que as redes podem lhe proporcionar de forma saudável. Crie períodos de acesso e limite esse contato. Inclua em suas atividades diárias momentos de leitura, atividades físicas e lazer com aqueles que ama. A internet tem todo o potencial para viciar ou para uma entrega de consumo de qualidade.

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