A comparação e a competição entre as pessoas, no mundo digital principalmente, é o maior motivo de baixa autoestima, depressão e ansiedade. Você já parou para pensar que nada do que vemos na internet é real? Muito menos os corpos retocados por aplicativos de edição de imagem que reforçam padrões de beleza inalcançáveis.
Antigamente, a manipulação e edição de imagens eram restritas apenas às capas de revistas e publicidade, hoje em dia, qualquer pessoa pode mudar o rosto e o corpo na internet, graças aos filtros que remodelam o corpo de uma pessoa em poucos cliques.
Isso só mostra que há um grande abismo entre a vida real e a vida digital e, mesmo que você tenha consciência disso, é muito provável que você já tenha desejado se parecer como outra pessoa. Ou seja, as redes sociais e os padrões de beleza da sociedade são grandes causadores de adoecimento e sofrimento emocional.
De todo modo, a pressão e a busca pela perfeição imposta nas redes sociais afetam diretamente a qualidade de vida de uma pessoa e encontrar mecanismos para lidar com tudo isso pode ser o pontapé inicial para cuidar da sua saúde mental.
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Como as redes sociais influenciam nos padrões de beleza do mundo atual?
Com a crescente utilização de aplicativos como Instagram e Facebook, muitas pessoas passaram a influenciar outras com publicidades, venda produtos e cursos, reforçando padrões de beleza vistos apenas no mundo digital e acirrando a competição em relação à aparência estética.
Nesse contexto, o que é belo e uma meta a ser alcançada é o que a maioria das pessoas expõe na rede social, mas que não é, necessariamente, a verdade. Afinal, as coisas costumam tomar proporções muito maiores quando saem do mundo real e adentram no mundo digital.
Além disso, um estudo confirmou que a comparação social baseada na aparência mediou a relação entre o uso de redes sociais, imagem corporal e preocupações com a alimentação.
Logo abaixo você vai encontrar quais áreas são mais afetadas pelas redes sociais e padrões de beleza. Confira!
Mídias sociais e autoimagem
Você já ouviu a seguinte frase: “a grama do meu vizinho é sempre mais verde”? Este ditado popular reforça a ideia de que estamos sempre nos comparando com os outros e isso afeta a nossa percepção de autoimagem, pois a sensação de que falta algo é latente e acompanha o indivíduo por muito tempo.
Para as mulheres, a pressão estética é ainda maior. As redes sociais mostram corpos perfeitos, modificados cirurgicamente, impactando negativamente a autoestima de muitas mulheres que se sentem insatisfeitas com o próprio corpo se baseando em algo que não é verdadeiro.
A partir desse conceito surge a ideia de imagem corporal que pode ser definida como as percepções, pensamentos e sentimentos de uma pessoa sobre seu próprio corpo, enquanto a insatisfação corporal ocorre quando as visões do corpo são negativas e envolvem uma diferença que é percebida entre a avaliação de seu corpo real e com o corpo “ideal”.
Este conceito pode ser visto por meio de uma pesquisa realizada na Austrália e Estados Unidos estima que aproximadamente 50% de meninas na fase da adolescência estão infelizes com o seu próprio corpo. Além disso, as consequências negativas para a saúde física e mental são preocupantes, pois inclui depressão, ansiedade, baixa autoestima e distúrbios alimentares como fatores clínicos e psicológicos.
Mídias sociais e os distúrbios alimentares
A busca para se alcançar os padrões de beleza vigentes expostos nas redes sociais e principais veículos de comunicação podem influenciar o surgimento de transtornos alimentares como a anorexia e bulimia.
Ou seja, as redes sociais e os padrões de beleza podem induzir, mesmo que indiretamente, a baixa autoestima e a necessidade de se inserir nesses padrões, o que afeta comportamentos alimentares de modo geral.
Há ainda quem comercializa dietas milagrosas que prometem a quem se propõe fazê-las, resultados rápidos e surpreendentes. Pensando nisso, especialistas apontam que a influência das redes sociais nos distúrbios alimentares e na imagem do próprio corpo podem agravar casos psicológicos mais graves como a ansiedade e a depressão.
Assista também: Transtornos alimentares: o meu corpo me incomoda, como proceder?
Mídias sociais e saúde mental
É fato que os problemas de saúde mental estão relacionados a múltiplos fatores, mas é possível afirmar que sim, as redes sociais podem gerar gatilhos que intensifiquem esses quadros clínicos de sofrimento emocional.
Os brasileiros passam, em média, 3 horas e 31 minutos nas redes sociais, de acordo com a pesquisa Global Digital Overview 2020. E, quanto mais expostos aos conteúdos distribuídos na internet, maiores são as chances de desenvolver quadros de ansiedade e depressão, bem como insatisfações em relação à própria imagem.
Leia também: Como a positividade tóxica pode aumentar os riscos de depressão e ansiedade em uma pessoa?
Pensando ainda em um contexto de pós-pandemia e o aumento excessivo do uso das redes sociais, como cuidar da saúde mental quando as mídias digitais vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade?
Um dado relevante mostra que 70% dos jovens já tiveram a sua percepção de autoimagem danificada pelo uso das redes sociais. Em contrapartida, um estudo revelou que 70% das pessoas que começaram a fazer terapia deram início ao tratamento no ano de 2020.
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Como lidar com tudo isso?
Como já sabemos, as redes sociais foram responsáveis por derrubar as barreiras geográficas e aproximar as pessoas, no entanto, para evitar que o uso dos aplicativos prejudique a sua saúde mental, separamos algumas dicas que vão te mostrar como ter uma relação saudável com elas.
Confira a seguir:
Filtre o conteúdo consumido
Lembre-se de realizar uma curadoria da sua timeline com páginas e perfis que tragam conteúdos realmente relevantes para a sua vida.
Desative notificações
Desse modo, você evita as distrações que o excesso de notificação pode causar e não sente que é preciso checar o feed a cada minuto.
Defina um tempo de uso
Estipular uma meta de uso, definindo um horário limite, vai te ajudar a não passar tempo demais rolando o feed do Instagram. Assim, você consegue controlar melhor o seu tempo sem sentir culpa por isso.
Invista em outros hobbies
A maioria das pessoas usam as redes sociais para se distrair. Pensando nisso, invista tempo em outras atividades que não dependam da tela do celular, isso vai melhorar a sua rotina e, de quebra, você aprende algo novo.
Evite comparações
Pode parecer difícil, mas ter em mente que o perfil das pessoas é apenas um recorte, sempre positivo, de suas vidas, vai evitar que você tenha gatilhos e se compare com os outros constantemente.
Busque ajuda especializada
Vale ressaltar que, dependendo de como você esteja se sentindo, buscar a terapia pode ser muito interessante, visto que contar com a ajuda de um profissional especializado é um grande passo para investir no cuidado consigo mesmo.
Muitas pessoas sentem-se intimidadas a procurar um profissional de psiquiatria, mas é importante destacar que negligenciar nossas emoções por medo de julgamentos só vai piorar as coisas.
Além disso, aqui no Portal da Mente, você tem acesso a conteúdos que explicam de forma simples e direta como cuidar da sua saúde mental e quando é hora de buscar ajuda. Portanto, navegue por outros artigos aqui no blog para continuar o seu processo de conhecimento em saúde mental.