Embora seja essencial para uma carreira de sucesso, existe um fator ainda muito negligenciado pelos profissionais: o propósito.
O propósito nada mais é do que os motivos que nos levam ao nosso ambiente de trabalho diariamente. Hoje, sabe-se que não é apenas o salário que mantém o profissional em seu cargo, mas um conjunto de fatores que devem estar alinhados entre empresa e colaborador.
Em outras palavras, os trabalhadores querem satisfação pessoal tanto quanto a remuneração monetária, querem sentir-se felizes com a função que ocupam e ter a certeza de que os valores da corporação caminham lado a lado com os seus.
Dessa forma, chegar todos os dias ao trabalho sem saber o motivo de se estar ali, pouco a pouco vai adoecendo o emocional do indivíduo, uma vez que todos nós precisamos de um objetivo, seja qual tarefa estivermos realizando no momento.
Na realidade globalizada e conectada em que vivemos, o mundo empregatício vive em uma realidade onde tudo se torna superlativo. Ou seja, vivemos hiperconectados, novas tecnologias surgem a cada segundo, temos que ser super produtivos o tempo todo e outras características que podem estressar o trabalhador.
Outro aspecto negativo nos modelos de trabalho atuais é o culto à pressa: tudo precisa ser entregue o mais rápido possível, afinal, tempo é dinheiro. Mas até que ponto essa realidade prejudica a saúde mental da população? É isso que iremos discutir no texto a seguir.
Quando falamos em propósito, estamos diretamente ligados ao conceito de trabalho com sentido. É preciso que as empresas tenham em mente que o profissional não espera apenas receber o salário no fim do mês, mas um ambiente respeitoso que o faça crescer e que seja um lugar propício para desenvolver suas habilidades.
Por isso, é importante discutir sobre as formas de trabalho com sentido. Você sabe qual é o significado do termo? De acordo com o artigo Towards a Sociology of Meaningful Work, existem três pilares fundamentais para que encontremos mais significado no ambiente de trabalho. Leia mais atentamente sobre cada um deles a seguir:
Autonomia
Na última década, o mercado de trabalho vem passando por uma enorme mudança em relação aos modelos propostos. Por esta razão, os funcionários têm valorizado empresas que incentivam a autonomia. Ou seja, a autonomia é a capacidade que o colaborador tem para tomar suas próprias decisões, agir com proatividade e assertividade.
Também é uma característica de um funcionário autônomo sua predisposição em antever problemas e se adiantar para solucioná-los. Em termos gerais, ter mais autonomia no trabalho significa que o colaborador não precisa esperar por ordens ou orientações vindas de seus superiores.
Líderes que estimulam a autonomia dos funcionários, consequentemente, auxiliam no crescimento da empresa. Para começar, a performance de toda a equipe se desenvolve, uma vez que os colaboradores podem contar com o seu intelecto e experiências para resolver possíveis adversidades da forma que achar melhor.
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Assim, os indivíduos ganham cada vez mais confiança de acordo com os resultados obtidos. Indivíduos mais autônomos são mais capacitados para descobrir soluções criativas para os possíveis obstáculos que possam surgir ao longo do dia. Logo, os lucros e as metas da empresa tendem a aumentar.
A autonomia é um elemento fundamental para o trabalho significativo porque, dentre outras razões, oferece oportunidades para o colaborador mostrar suas competências de forma independente, ao passo que possuem participação direta no desenrolar das tarefas.
Isso posto, quando o indivíduo realiza atividades da maneira que acham apropriado, seguindo os seus conceitos e valores, passam a desenvolver um sentido amplo de determinação e autoconhecimento.
No mais, a autonomia está intrinsecamente ligada à confiança do colaborador, algo ideal para o bem-estar de toda a empresa.
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Dignidade
Impossível dialogar sobre o trabalho sem falar em dignidade, já que ela atinge os níveis social, econômico e emocional. A dignidade é importante porque ela não influencia no bem-estar de apenas uma pessoa, mas de todo um grupo.
Empregos informais ou subempregos são considerados uma forma de trabalho indigno, já que não fornecem o mínimo de suporte ao trabalhador. Isso acontece porque são ocupações inseguras, que pagam pouco, não possuem garantia no futuro e ainda podem apresentar riscos à saúde física e mental do trabalhador.
De acordo com o IBGE, durante o primeiro trimestre de 2022, 40% da população empregada trabalhava em condições de informalidade. Tal quadro é preocupante porque a instabilidade de um emprego informal acaba por transformar o indivíduo em um objeto, que pode ser facilmente substituído se quebrar.
Outra característica de um trabalho indigno é quando há uma quantidade exagerada de demandas para uma única pessoa. O acúmulo de tarefas é prejudicial porque drena a energia do trabalhador, podendo levá-lo à exaustão. Caso ele precise desempenhar funções que não são da sua alçada, começa a ficar desmotivado.
Tomemos como exemplo um profissional que foi contratado para realizar a estratégia de comunicação da empresa. No entanto, alguns meses depois, não foram contratados novos membros para a sua equipe e ele se vê realizando múltiplas tarefas. Como não está desempenhando a função que deveria, sua motivação para estar ali vai diminuindo com o tempo.
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A dignidade também possui relação com os vínculos de amizade entre os colegas de trabalho. Uma equipe dividida, em que os membros não carregam um espírito de união, também acaba por minar a dignidade no ambiente corporativo.
É por isso que lideranças fortes são tão importantes. Elas têm a capacidade de perceber os pontos fortes e fracos dos funcionários, para então elaborar estratégias que façam cada subordinado crescer. Dessa forma, constroem uma relação de confiança que não seria possível com gestores indiferentes aos sentimentos alheios.
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Reconhecimento
A falta de reconhecimento é mais uma chaga que não pode existir no trabalho com sentido. Um profissional com propósito e apaixonado pelo seu emprego é aquele que conhece a si mesmo e está em uma busca constante para se aperfeiçoar.
Porém, quando inseridos em um ambiente que não valoriza suas habilidades, ele entra no “piloto automático”, sem nenhum pretexto para se desenvolver. Em outras palavras, quando não tem seu trabalho reconhecido, um talento tende a deixar a empresa ou simplesmente permanecer estagnado, sem procurar novos conhecimentos e competências.
Uma das consequências mais prejudiciais à falta de reconhecimento é a queda brusca da produtividade. Isso acontece porque, quando o funcionário está feliz com a posição que ocupa, seu comprometimento e engajamento tendem a subir.
A falta de reconhecimento também é responsável pelo fenômeno conhecido como turnover, que é a taxa de entradas e saídas de determinada corporação, diretamente ligada ao quanto uma empresa consegue reter os colaboradores. Como é mais barato manter os antigos funcionários do que contratar novos, quanto maior o turnover mais prejudicial será.
Por sorte, existem várias maneiras para reconhecer o trabalho bem feito de um colaborador. Veja a seguir algumas ideias para colocar em prática desde já:
Feedbacks positivos
Se cometer um erro, o funcionário com certeza será notificado. Então porque o mesmo não ocorre quando ele cumpre uma meta, por exemplo? Mas os elogios não precisam vir apenas quando um objetivo é alcançado, mas sempre que o funcionário se mostrar empenhado e disposto a melhorar. Feedbacks positivos devem ser frequentes, feitos com sinceridade e específicos para cada funcionário.
Incentivar o crescimento profissional dos colaboradores
O colaborador, quando vê que a empresa promove ou investe em cursos, palestras e monitorias, sente-se muito mais valorizado. Ele percebe a importância que tem para a cooperação, já que ela investe diretamente no seu crescimento profissional.
Trabalho com sentido e saúde mental do trabalhador
Nenhum profissional com a saúde emocional abalada está apto a exercer sua função com maestria. Por isso, autonomia, dignidade e reconhecimento são tão importantes para que ele não adquira doenças como ansiedade e depressão. Por isso, é fundamental que as lideranças elaborem estratégias direcionadas às emoções de seus funcionários, para que assim cada um atinja seu propósito e encontre sentido no trabalho
Ao decorrer do texto você viu que trabalho com sentido é o ideal para profissionais mais produtivos e engajados. Por isso, a fim de garantir o bem-estar dos funcionários, é preciso que gestores e líderes estejam atentos às questões emocionais.
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