No Brasil, de cada 10 pessoas, 8 possuem ansiedade financeira. Ou seja, se não for você com certeza é alguém que está ao seu lado. Pessoas em verdadeiras zonas financeiras, que têm problemas para dormir, sofrem com enxaquecas e sentem o coração acelerar com a chegada da fatura do cartão de crédito.
A ansiedade financeira é o resultado de uma administração mal feita e uma vida desorganizada, com gastos excessivos e dívidas quilométricas. A tudo isso, ainda podemos somar a falta de educação financeira de qualidade, o que não nos ensinam na escola e raramente aprendemos em casa.
A verdade é que essa organização funciona como um relacionamento, onde precisamos ter atenção, conhecer bem e lidar com os altos e baixos, desafios e conflitos, sem afundar em frustrações e arrependimentos. Assim como as relações, as escolhas podem dar certo ou simplesmente terminar em um caos, mas de um jeito ou de outro, aceitamos e convivemos com as nossas próprias escolhas durante o processo.
Nossa relação com o dinheiro não é racional como muitos pensam – pelo menos não para a maioria das pessoas – e lidamos com ele de forma emocional, criando expectativas irreais e depositando nossas fichas ou notas, em sonhos e desejos, mesmo que de forma involuntária.
Relações sociais e financeiras
Fica fácil perceber, neste contexto, que as dívidas e a instabilidade financeira não afetam apenas as classes mais baixas. Na verdade, não é uma questão de quanto gastar, mas como e por que. O poder de consumo afeta qualquer tipo de pessoa, porém poucas conseguem realmente dizer que tem suas finanças sob controle.
Uma dívida puxa a outra, uma fatura se acumula com outras. Com o tempo você passa a perceber que os números não batem e o que se gasta vai além do que se tem. É aí que muitas pessoas se afundam em sintomas como a frequente e incomoda enxaqueca, dores no corpo, irritabilidade constante, medo do futuro, tristeza excessiva, insônia, ansiedade, distúrbios alimentares e baixa auto estima.
O corpo começa a externar as frustrações que a mente administra e a única forma de resolver isso é conseguir organizar e estabilizar as contas. Mas como isso funciona na prática? Continue lendo e saiba mais.
Como melhorar a relação com o dinheiro?
É preciso muita disciplina para assumir o controle das finanças pessoais, assim como muita determinação para aprender a lidar com elas de forma responsável, sem desistir ou cometer erros fatais e irreparáveis. Afinal, diferentemente dos relacionamentos, não há divorcio quando o assunto é dinheiro.
Quando se fala de ansiedade financeira precisa-se ressaltar que muitos vêem o dinheiro como algo que não se conversa. Muitos descontrolados, ou descolados da realidade, muitas vezes são aqueles que acreditam que não podem abrir mão de prazeres proporcionados pelo dinheiro.
Dentro deste grupo, alguns têm um perfil mais impulsivo, em que gastam sem pensar nas consequências. Até mesmo podem usar “compras” para aplacar suas angústias. Portanto, compras não são para aliviar o estresse. Isto é um ponto central para não dar passos maiores que a própria perna.
Analise o quanto do seu dinheiro está comprometido com dívidas, remaneje possíveis valores para essas contas a fim de saná-las, parcele se preciso, encontre até mesmo outras opções de renda, pois dessa forma o processo fica mais rápido.
Mantenha as finanças em ordem
Depois de deixar tudo em ordem você vai conseguir enxergar o dinheiro como uma fonte de investimento, a chave para novas portas, gastos úteis e responsáveis, pensando de verdade na realização dos seus objetivos, deixando apenas uma pequena porcentagem para gastos supérfluos.
Independente de qualquer coisa, o mais importante é adquirir consciência financeira, aprender sobre dinheiro e entender as suas aplicações. Para isso, uma boa dose de educação financeira faz toda a diferença. Essa não é uma cultura muito comum aos brasileiros. Não aprendemos na escola e vemos em poucos casos dentro do contexto familiar, mas esses hábitos definem um bom ou um mau administrador.
Para te ajudar nessa fase de organização e estabilidade na sua relação com o dinheiro, temos 5 dicas que podem facilitar o processo e evitar uma verdadeira crise:
- Mantenha uma planilha de controle dos gastos e despesas;
- Faça um planejamento financeiro detalhado, com metas de curto, médio e longo prazo;
- Exclua gastos desnecessários. Os supérfluos não podem representar mais do que 20% do seu rendimento;
- Monte uma reserva de emergência, essa é uma etapa crucial para o controle das suas finanças;
- Aprenda e comece a investir seu dinheiro.
Mantenha o equilíbrio
Precisamos falar mais sobre ansiedade financeira, porque ela pode ser um gatilho muito grande para outros problemas. Deixar esse assunto de lado só faz inflar e acumular frustrações e no final das contas adiamos um caos que só tende a aumentar.
Conheça sua vida financeira, sua realidade, crenças sobre dinheiro e experiências de vida a cerca disso. Como era o cenário familiar no qual você foi criado e qual a relação de seus pais e familiares com o dinheiro? A forma como você aprendeu isso na sua infância e adolescência interfere diretamente na sua vida adulta.
Poupe, planeje, equilibre as suas prioridades e aprenda sobre o dinheiro que fica. Entenda as possibilidades de investimento que mais se enquadram na sua realidade e organize a sua bagunça. O que vem depois de tudo isso, com a ansiedade financeira superada, é o bem estar financeiro. Se sentir seguro com suas finanças, aproveitar o presente, realizar seus sonhos de forma planejada e de quebra garantir a saúde mental e o equilíbrio emocional que vem de bônus.
Não é tão simples mudar um padrão de consumo, ou hábitos. Muitos associam que são os bens de consumo, que os tornam mais interessantes, ou mesmo, sentem que são seu padrão de consumo que define quem seriam . Portanto, atenção: doses de realidade são necessárias para que suas compras não se transformem em pesadelo.
A maior parte dos que apresentam ansiedade financeira são os que não se organizam, ou agem por impulso. Valorize seu dinheiro. Isto significa em muitos casos aprender a valorizar seu próprio trabalho.
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