Todo profissional já se sentiu, em pelo menos algum momento da carreira, desvalorizado. E as razões são numerosas. Pode ser que esteja a trabalhar demais sem receber um mísero aumento, bonificação ou promoção. Ou talvez seja por não exercer tarefas que condizem com a sua formação. Ou ainda, não estar envolvido em projetos suficientemente desafiadores. Todos esses fatores fazem com que o colaborador perca a vontade de trabalhar, o famoso “brilho no olhar”. Dessa forma, torna-se pertinente a discussão sobre a importância da valorização de cada membro da equipe, bem como as causas, consequências e soluções da desvalorização do funcionário no ambiente de trabalho. Um dos desdobramentos mais graves e preocupantes da falta de valorização em uma empresa é o presenteísmo.
Você sabe qual é o significado do termo?
Quer dizer que o funcionário está presente no trabalho, ao mesmo tempo em que não está. Sim, parece confuso à primeira vista, mas é bem simples de compreender.
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Exemplificando: imagine um dia normal de trabalho. Você vai ao escritório, dá bom dia aos seus colegas, se atualiza das últimas novidades da firma e se dirige à sua mesa a fim de começar as atividades. Porém, sua cabeça está tão lotada de preocupações que não consegue nem começar a primeira demanda. Seu cérebro está em qualquer lugar, menos no ambiente de trabalho. Infelizmente, essa é uma realidade que muitos profissionais enfrentam. Algo que precisa ser diagnosticado e combatido, pois acarreta baixa produtividade, o cometimento de erros e desmotivação. Você provavelmente já passou, ou presenciou funcionários passando pelo presenteísmo. Para saber mais sobre as características do presenteísmo, como evitá-lo e qual a sua relação com a valorização dos funcionários, continue a leitura.
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O que é presenteísmo?
Como dissemos anteriormente, o presenteísmo é uma condição em que o trabalhador está presente fisicamente no local de trabalho. No entanto, por mais que seu corpo esteja ali, sua mente está ocupada com outros afazeres. Em alguns momentos, o funcionário pode até aparentar estar com foco integral nas tarefas. Mas certas atitudes, erros em atividades simples, por exemplo, caracterizam o presenteísmo, pois significa que a atenção do colaborador não está totalmente onde deveria. Por isso, é preciso se atentar a algumas característica de uma pessoa que apresenta presenteísmo:
- pressa em deixar o escritório ao fim do expediente;
- o funcionário é extrovertido e, de repente, fica retraído e calado;
- o trabalhador começa a cometer erros em atividades simples, que antes eram realizadas de forma eficiente.
- o colaborador não apresenta a produtividade esperada, além de não entregar os resultados de outrora;
- o líder percebe que o funcionário está emocionalmente distante de suas responsabilidades, ou que está distraído e amuado;
- se antes realizava determinada tarefa com destreza e rapidamente, agora o trabalhador executa com maior lentidão e dificuldade.
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Diferença entre presenteísmo e absenteísmo
Outro termo que bastante preocupa profissionais de recursos humanos é o absenteísmo. Embora o nome sugira, a condição não é exatamente o contrário do presenteísmo. O absenteísmo é quando o funcionário falta fisicamente ao trabalho, seja por motivos de doença ou outros problemas pessoais.
Presenteísmo e sua relação com a valorização no trabalho
Uma das principais causas que levam ao presenteísmo é a desvalorização no ambiente de trabalho. Isso acontece, entre outros motivos, porque o funcionário não se sente como parte integrante da empresa. Consequentemente, não encontra motivação para realizar suas tarefas com a mesma paixão de antes. Como se vê, esse sintoma está intrinsecamente ligado ao clima organizacional da corporação. Um clima ruim, portanto, faz com que o colaborador sinta-se em uma espécie de beco sem saída, em que sua voz não é ouvida e ele não vê motivos para se estar ali.
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Um exemplo é um ambiente em que os líderes não valorizam os subordinados, os deixam sobrecarregados e que há intrigas entre os membros da equipe. Quando o clima organizacional não olha para o lado humano da empresa, ela só tem a perder. Dessa maneira, é vital que os gestores, se perceberem que o clima favorece o adoecimento mental dos colaboradores, comecem a realizar uma mudança de quadro. Com isso, é possível montar um diagnóstico com cada indivíduo e descobrir o que está afetando a produtividade do trabalhador.
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A valorização e a saúde mental do colaborador
A falta de valorização trás apenas malefícios ao emocional dos colaboradores. Em função disso, há uma queda da produtividade, levando a conflitos e demissões. É fato que, em um passado não muito distante, a crença que habitava na cabeça dos líderes era que o salário no fim do mês bastava para os funcionários sentirem-se valorizados. Hoje, sabe-se que as bonificações salariais são de extrema importância, mas é necessário um conjunto de fatores para que os colaboradores fiquem mais felizes em suas posições. Benefícios, plano de carreira, espaço para diálogos e líderes empáticos são algumas das características que importam na hora de reter um corpo de funcionários. Uma das provas de que o profissional não está em busca apenas do salário é um fenômeno recente que ocorreu nos Estados Unidos, chamado “The Great Resignation” ou “A Grande Renúncia”. O que aconteceu foi o seguinte: no início de 2021, em uma onda crescente de distúrbios emocionais gerados, em grande parte, pela pandemia do coronavírus, milhões de pessoas (as que não haviam perdido seus empregos) pediram demissão de seus cargos. Os trabalhadores passaram a questionar se seu ambiente de trabalho era favorável e se respeitava seus limites emocionais, então optaram pela “renúncia”, mesmo que muitos não tivessem outro emprego em vista. Uma pesquisa realizada pela Microsoft em 2021, que entrevistou 30 mil pessoas vindas de 31 países, constatou que 40% da força de trabalho mundial considerou deixar seu posto. Ao realizar o mesmo questionamento para os mais jovens, a geração Z, o número subiu para 54%. Assim sendo, nota-se que durante os últimos anos os profissionais passaram a priorizar a saúde mental, mesmo que isso significasse ficar sem emprego por um tempo.
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Medidas para aumentar a valorização dos trabalhadores
A cultura empresarial é fundamental para que os funcionários sintam-se seguros e dispostos a realizar suas tarefas. A saúde mental deve ser prioritária nas reuniões entre os chefes, que devem se unir ao departamento de Recursos Humanos a fim de elaborar uma estratégia que beneficie o bem-estar de toda a equipe. Veja a seguir algumas estratégias que auxiliam nesse processo:
Investir na saúde mental do trabalhador
Infelizmente, o mundo atual é permeado de incertezas, o que traz um enorme estresse e insegurança aos colaboradores. Por esta razão, é preciso que os líderes incentivem a prática de esportes, ofereça benefícios e aprove novas ideias e projetos dos funcionários, para que eles sintam-se uma parte importante da equipe. Podem também sempre contar com a ajuda de profissionais especializados no assunto, como palestras e consultorias.
Plano de carreira
Quando o funcionário sabe que a empresa possui um plano de carreira bem estruturado, com certeza começará a trabalhar com maior motivação e empenho. Empresas que deixam dúvidas acerca da posição dos colaboradores são muito mais propensas a enfrentarem demissões, por exemplo.
Bonificações
São diversas as bonificações que podem ser ofertadas aos funcionários, cabe a cada empresa definir quais se encaixam mais em sua cultura empresarial. Folgas, day-offs no aniversário, bônus caso alguma meta seja atingida e por aí vai.
Feedbacks construtivos
O feedback, quando feito de maneira correta e respeitosa, só tem a auxiliar a relação entre chefe e subordinado. Posto que os feedbacks auxiliam a construir um diálogo com os funcionários, além de diagnosticar erros e acertos. Com isso, será possível analisar os pontos que precisam ser melhorados e os que podem ser aprimorados.
Promover o desenvolvimento intelectual dos funcionários
Empresas que disponibilizam cursos e workshops incentivam seus funcionários a buscarem se aperfeiçoar como profissionais. Além de sentirem-se valorizados, já que percebem que os líderes se importam com eles, sairão de cada formação com uma bagagem essencial de conhecimento.
Reconhecimentos
É fundamental reconhecer as conquistas de cada funcionário como indivíduo, pois isso também motiva a equipe a alcançar novos êxitos. No mais, quando o time alcançou uma meta, por exemplo, o reconhecimento pode aumentar o elo entre os colaboradores. Ao decorrer do texto você viu que a valorização no ambiente de trabalho é vital para evitar uma série de desgastes, como o presenteísmo. Por isso, a fim de garantir o bem-estar dos funcionários, é preciso que gestores e líderes estejam atentos às questões emocionais.
Contratar palestras e consultorias corporativas é uma saída para auxiliar a empresa a tornar o ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor. Saiba como o Portal da Mente pode te ajudar nessa jornada. Não sabe onde procurar ajuda? Clique aqui que iremos ajudar!