O que é alcoolismo?

O que é alcoolismo: saiba mais sobre a dependência de álcool

Durante a pandemia da Covid-19, o alcoolismo voltou a ser destaque na mídia, como internet e televisão, devido ao aumento de, aproximadamente, 17,2% no consumo de bebidas alcoólicas no período de isolamento social, impactando diretamente à saúde pública.  Segundo a OMS (2004), o álcool é a droga mais consumida no mundo, aproximadamente 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas, isso mostra o grau de penetração da droga entre a população mundial e acende um alerta para os problemas decorrentes do alcoolismo.  Ao todo, são mais de 3 milhões de mortes por ano em razão ao uso nocivo e abusivo do álcool, segundo o Relatório de Status Global, de 2018, representando 5,3% de todas as mortes.  É importante estar atento aos primeiros sinais da doença e buscar ajuda especializada no assunto. Para isso, respondemos neste artigo as principais dúvidas sobre o que é alcoolismo e como identificar os sinais de alcoolismo. Continue a leitura!

O que é alcoolismo?

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é considerado uma doença crônica que leva uma pessoa a desenvolver outros problemas de saúde associados ao uso abusivo de bebidas alcóolicas.  Associado a euforia e desinibição, o consumo de álcool é o principal meio de socialização, principalmente entre os jovens, mas, por  ser uma substância tóxica e psicoativa que causa dependência, o álcool é totalmente nocivo e pode causar danos não só para quem ingere como também para familiares, amigos e a sociedade como um todo.   Muitas das vezes, bebemos para socializar, para aliviar algum desconforto e, em todos esses casos, o abuso e a falta de controle podem levar à dependência. Em outras situações, o corpo perde a sensibilidade ao álcool gradativamente, sendo necessário beber cada vez mais para sentir os efeitos no organismo. 

O consumo de álcool

Em dez anos, o consumo de álcool aumentou 43,5% no Brasil, segundo a pesquisa da OMS. E mais: lá em meados de 2006, cada indivíduo, a partir dos 15 anos, consumia o equivalente a 6,2 litros de álcool por ano.   

Entre jovens e adolescentes

Quando falamos de jovens, o número de bebedores chama ainda mais atenção. De acordo com a OMS, mais de 155 milhões de jovens no mundo, entre 15 a 19 anos, ingeriram bebidas alcoólicas no último ano, isso representa 26,5% de jovens e adolescentes.  Além disso, 1,5 milhão de adolescentes já beberam algum tipo de bebida alcoólica. É o que diz a pesquisa realizada pelo IBGE. Ainda, a OMS aponta que o álcool é o maior causador de morte entre jovens.

Entre mulheres

O consumo de álcool também aumentou entre as mulheres, entretanto, esse grupo é o mais afetado pelos efeitos tóxicos do álcool. Segundo a CISA, as chances de mulheres desenvolverem doenças como cirrose e hepatite alcoólica são bem maiores do que indivíduos do sexo masculino. 

Na pandemia

Com a pandemia e o isolamento social, as pessoas precisaram ficar em casa e, consequência disso, passaram a beber mais. Seja pedindo por delivery ou se dirigindo ao mercado para comprar e levar para casa, as vendas no setor online subiram 960% entre março e outubro de 2020. Podemos entender que a fragilidade e a ansiedade diante do desconhecido impulsionaram os brasileiros a recorrem ao álcool como forma de aliviar as tensões familiares. 

Quando o alcoolismo prejudica a saúde?

Vale lembrar que o álcool é uma substância psicoativa, lícita e socialmente aceita, está presente em festas, comemorações ou ocasiões especiais, porém, quando o seu uso começa a ser prejudicial às relações individuais e sociais, tal como traz riscos maiores de danos à saúde do indivíduo, é o momento para parar e entender melhor o que está acontecendo.  

Quais os sinais de alcoolismo?

É do senso comum que a principal dificuldade é saber quando a bebida realmente se tornou um problema. Para isso, especialistas em saúde costumam utilizar algumas perguntas e, se uma ou mais respostas forem positivas, é indispensável a procura por ajuda especializada.  Vamos a elas:  – Você já sentiu que deveria diminuir a bebida? – As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida? – Você já se sentiu mal ou culpado a respeito de sua bebida? – Você já tomou bebida alcoólica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se livrar de uma ressaca? É importante contextualizar que muitos falam sobre “beber socialmente”, mas passam a usar o álcool como uma necessidade para interagir em ambientes sociais ou mesmo como meio de sentir diversão.  E a linha deste uso vai ficando apagada, sem que a pessoa estabeleça que o uso de álcool assumiu sua principal motivação para se “divertir” ou estar em ambientes coletivos.  Isso precisa ser um alerta para famílias e, a forma de expor seus filhos quanto ao consumo de álcool, começa realizando conversas claras para identificar comportamentos de risco, em que a capacidade de crítica quanto a não desenvolverem um padrão de uso problemático precisa ser levada em conta

Já que, uma vez no organismo, o álcool pode causar inflamações, que podem ser:

  • Gastrite, quando ocorre no estômago;
  • Hepatite alcoólica, no fígado;
  • Pancreatite, no pâncreas;
  • Neurite, nos nervos.

Qual o impacto do alcoolismo na saúde pública?

O álcool, junto com o tabagismo, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. A porcentagem de mortes atribuíveis ao álcool entre os homens é de 7,7% (mortes globais) em comparação com 2,6% de todas as mortes entre mulheres.  Segundo a OPAS/OMS, o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões e está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo:
  • Dependência ao álcool
  • Doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática; 
  • Alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares; 
  • Lesões resultantes de violência;
  • Acidentes de trânsito.
Para a OPAS, as mortes por embriaguez no trânsito correspondem a 16,4% de mortes causadas pelo álcool, o que é maior do que o índice de mortes por cirrose, por exemplo. O consumo de álcool causa morte e incapacidade relativamente cedo na vida. Na faixa etária de 20 a 39 anos, aproximadamente 13,5% do total de mortes são atribuíveis ao álcool. Estudos nacionais e internacionais apontam a ocorrência significativa de mortes e doenças associadas ao uso indevido de álcool, relatos de violência doméstica, lesões corporais ativas e homicídios consumados, assim como outras situações de conflitos interpessoais, são cada vez mais evidentes em contextos nos quais o álcool se faz presente.

Como reduzir o consumo de álcool entre os jovens?

Os problemas que o alcoolismo pode causar vão além de danos à vida do indivíduo e afeta também a segurança da população como também a economia de uma nação. Pensando nisso, a OMS implementou maneiras de reduzir os danos causados pelo uso nocivo de álcool.  A ideia é que os líderes dos países assumam o compromisso de diminuir o consumo de álcool, principalmente entre os jovens e adolescentes.   Veja mais a seguir:
  • Regular a comercialização de bebidas alcoólicas;
  • Regular e restringir a disponibilidade de álcool;
  • Promulgar políticas adequadas de condução sob os efeitos do álcool;
  • Reduzir a demanda por meio de mecanismos de tributação e preços;
  • Sensibilização para os problemas de saúde pública causados pelo uso nocivo do álcool e garantia do apoio a políticas eficazes;
  • Fornecer tratamento acessível para pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool; e
  • Implementar em serviços de saúde programas de identificação e intervenção breve para consumo perigoso e nocivo de álcool.
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