Na hora de buscar ou indicar ajuda profissional para problemas emocionais, muitas pessoas ainda se veem em dúvida sobre a diferença entre psiquiatras e psicólogos e acabam confundindo as especialidades, o que também se torna uma barreira, principalmente pelo peso de ambas as áreas e a vergonha em buscar ajuda.
Quando o assunto é saúde mental, muitas pessoas ainda guardam dúvidas, porém com o grande volume de conteúdos disponibilizados na internet, a busca por informações confiáveis e especializadas pode se tornar difícil..
Vale lembrar que um profissional não substitui o outro, por isso é importante entender as características multidisciplinares dos especialistas e procurar o apoio de ambos ou de um deles de forma correta. Continue a leitura e saiba as principais diferenças entre o psiquiatra e o psicólogo.
Neste artigo, vamos explicar as principais diferenças entre psiquiatras e psicólogos, para que você consiga buscar o melhor atendimento e com o máximo de instrução sobre o assunto.
A diferença entre o Psiquiatra e o Psicólogo
Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, psiquiatras e psicólogos não atuam da mesma forma e nem mesmo auxiliam nas mesmas ocorrências, porém é muito importante esclarecer que mesmo adotando linhas de trabalho diferentes, os dois profissionais são complementares e propõem o cuidado e a manutenção da saúde mental.
Psicólogos
São profissionais que realizaram uma graduação no curso de psicologia, em que são apresentados a diferentes escolas de comportamento e suas diferentes formas de abordagem.
Ao longo do curso aprendem padrões de comportamento que estão dentro de uma faixa de reação normal a algum acontecimento, ou que esteja determinando que a pessoa “sofra” além de seu limite.
Através das ferramentas que obtiveram ao longo de sua faculdade, mais os estágios práticos com supervisão de seus professores, ao se formar na graduação os psicólogos estão habilitados a poderem, através da entrevista psicológica, realizar o psicodiagnóstico.
Mediante tal exame, o profissional realizará um planejamento do tratamento. Assim, poderá ser proposto conversas semanais em se estabeleça mediante a técnica de abordagem do profissional um direcionamento do sofrimento em questão.
Nas sessões de terapia, algumas linhas de tratamento atuam de forma mais objetiva, no estabelecimento de padrões da forma de pensar e agir nos quais se trabalha treinando a pessoa para ter uma capacidade de reconhecer e mudar aquilo que a prejudica.
Outras linhas de tratamento são mais subjetivas, nestas as sessões buscam através das intervenções do terapeuta fazer com que o paciente perceba e se dê conta de seus padrões.
Independentemente de qual linha o trabalho psicológico for desenvolvido, sempre é importante que este seja realizado por um profissional devidamente habilitado através de uma instituição oficialmente reconhecida. Procure se certificar antes de realizar seu tratamento.
Psiquiatras
No caso dos psiquiatras, a formação ocorre através da graduação em medicina e posterior especialização na cadeira de psiquiatria. Sua atuação é delimitar se aquele sofrimento constitui um adoecimento ou não.
O exame psíquico mediante a entrevista psiquiátrica, examina funções mentais e como estão seus funcionamentos, para que se esclareça naquela conversa, se a pessoa está com algum prejuízo em sua vida, em decorrência do seu estado mental.
Importante ressaltar, que algumas alterações mentais podem ser secundárias de alguns distúrbios do corpo, ou mesmo por outro tipo de adoecimento físico. Assim o psiquiatra irá precisar, para realizar seu diagnóstico, de uma avaliação com todo o contexto de saúde da pessoa que está examinando. Também solicitando exames que o auxilie neste raciocínio clínico.
Seu objetivo é a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos pacientes que sofrem com quadros mentais. Quando os diagnósticos psiquiátricos são estabelecidos sem que sejam decorrentes de algum outro problema de saúde, sua classificação é baseada de acordo com o conjunto de sintomas e a duração destes.
No outro espectro, quando os sintomas são produzidos por algum outro tipo de adoecimento devido, por exemplo, a um quadro de prejuízo da função da tireóide, efeito colateral de algum medicamento ou outro fator “que esteja promovendo” este quadro, o tratamento primeiro atuará nesta causa.
Os tratamentos feitos por esta especialidade são através de medicamentos e outros tratamentos validados de forma científica como a eletroconvulsoterapia, a eletroestimulação magnética ou mesmo uso de medicamentos injetáveis.
Importante, que as pessoas entendam que a busca por um psiquiatra qualificado pode ser um alívio de seu sofrimento emocional para que obtenham uma melhor qualidade de vida emocional.
Leia também: Saúde Masculina: a resistência ao cuidado físico e mental
Cuidando da saúde mental
A preocupação com a saúde mental tem se mostrado uma temática muito recorrente em diversos cenários sociais, jogando o foco em instabilidades da mente que até alguns anos pouco se falava.
Temas como burnout, depressão, ansiedade e síndrome do pânico são mais debatidos atualmente e a presença nas redes cresce cada vez mais, seja em busca de conhecimento ou representatividade. Ou seja, muitas pessoas com sofrimento emocional se viram rodeadas de outras que passam pelas mesmas aflições. Ao tornar mais explícito este tipo de sofrimento, muitas pessoas se sentem menos inseguras para procurar ajuda.
De acordo com um estudo feito pela Mindminers – plataforma de análise do comportamento humano – em parceria com o Núcleo de Inovação em Mídia Digital da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), 31% dos entrevistados já tiveram um diagnóstico de ansiedade e 18% de depressão. Neste cenário, 21% afirmaram que as redes sociais tiveram um impacto positivo sobre seus tratamentos.
Segundo eles, o fato se deu por conta da rede de apoio que criaram no digital, com grupos para debater a importância da saúde mental de forma mais ampla ou abrindo diálogos sobre transtornos específicos. Sabe-se que redes de apoio social não eliminam a necessidade de acompanhamento profissional, mas inspiram essa busca por ajuda e contribuem para o bem-estar.
Qual profissional devo procurar primeiro?
Ao se deparar com as duas especialidades, as pessoas tendem a ficar na dúvida para qual profissional recorrer inicialmente e por isso, muitas vezes, acabam limitando essa primeira busca por ajuda.
O primeiro profissional que você deve buscar é o psicólogo, pois é ele quem cuida de conflitos psicológicos, utilizando a terapia como linha de trabalho, sem o uso de qualquer tipo de medicamento.
Caso ache necessário, o psicólogo irá te encaminhar para um psiquiatra, que fará um tratamento mais específico do seu transtorno, tratando e acompanhando o quadro de instabilidade do paciente, a fim de adequar o tratamento às suas necessidades.
A relação entre o psiquiatra e o psicólogo
Relembramos aqui a importância de manter ambos os acompanhamentos, afinal embora os dois profissionais cuidem das aflições da mente, cada um atua de forma diferente sobre tais cuidados.
O acompanhamento com o psicólogo te ajudará a se conectar com suas limitações e enfrentar seus medos e aflições, contribuindo para um entendimento da mente e de possíveis gatilhos para seus transtornos.
Enquanto o psiquiatra fará um acompanhamento médico mais focado na estabilização da qualidade de vida e no tratamento para os distúrbios apresentados, através de medicamentos e terapias estimulantes para o cérebro.
Como escolher um profissional de saúde mental?
Vamos a algumas características muito importantes que um profissional em saúde mental precisa ter para se destacar entre os demais:
Capacitação técnica
Sempre se certifique da formação e locais nos quais aquele profissional realizou sua formação profissional.
Clareza na comunicação
Por mais que a área de saúde mental seja subjetiva, sempre será importante você entender qual a programação do seu tratamento e observar efeitos práticos dos atendimentos em seu cotidiano.
Informação
Procure entender caso receba um diagnóstico psiquiátrico, quais outras ações pode realizar em sua rotina para além das consultas, ou seja, cuidados com exercício físico e alimentação. Também mudanças de rotina que beneficiem seu bem estar.
Características do profissional
Elementos que podem ser acrescentados a uma boa técnica são sensibilidade, empatia, presença de valores pautados pela ética profissional e uma relação que te inspire confiança.
Não desista
Algumas pessoas desistem de tratar sua saúde mental, pois alegam que não tiveram experiências positivas. Entretanto, não se permite o contato com um novo profissional para poderem realmente obter benefícios de um tratamento conduzido de forma correta.
Duvide
De pessoas com soluções mágicas e receitas de bolo prontas. Por mais que se tenha uma relação de compra e venda de serviço, o principal norteador desta relação deve ser a confiança. Confie sua saúde mental em alguém que te inspira acolhimento, firmeza e resultados. Mesmo quando o profissional está mediante um caso com maior dificuldade técnica, isto pode ser explicado e esclarecido para que as expectativas do tratamento não sejam descoladas da realidade.
Receitar novidades, ou falar o que você gosta de ouvir para te agradar pode não serem efetivos para uma mudança mais profunda.
Leia também: Saúde mental: saiba o que é e como tratá-la
Conclusão
Falar em saúde mental é a melhor forma de popularizar e instigar esse apoio. Seja nas rodas de amigos, no âmbito familiar ou no ambiente de trabalho, procure observar as pessoas à sua volta e se mostrar aberto a se tornar um ouvinte. Muitas pessoas que sofrem com transtornos, têm vergonha de admitir e precisam apenas de apoio e informação para conquistar sua qualidade de vida de volta.
Gostou do artigo? Se você busca também por um atendimento profissional, mas não sabe onde encontrar, podemos te ajudar. Acesse nossa aba “Onde buscar ajuda” e encontre os atendimentos em saúde mental mais próximos de você, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Veja também: